tag:blogger.com,1999:blog-22940383847691760312024-03-13T20:19:36.541-01:00Carne"se muita gente começar a empurrar o mundo ele vira-se para o outro lado e transforma-se, (...) e de súbito há um outro horizonte possível, porque o mundo está ainda só muito imperfeitamente inventado" 1Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-12404835368473772832007-03-23T14:02:00.000-01:002007-03-23T14:03:15.783-01:00Teu pedaçoeis a lua que chega<br />cheia<br />espreita<br />espreito<br />espreitamo-nos<br />de caneta em punho<br />todo o teu corpo latejando<br />promessas do teu pénis molhado<br />na minha língua<br />pela minha boca redonda<br />ávida<br />côncava<br />rubra<br /><br />teu convexo pedaço<br />meu nesse minuto<br />em que te chupo despudorada<br />desfaz-se...<br /><br />pois enquanto lambo<br /><br />mordo o coração<br /><br />abro a boca<br /><br />espero pelas gotas nos meus seios silvestres<br />molhando a rosa pousada<br /><br /><br /><br />Manuela Alves. Meu gabinete, Ponta Delgada, 1998Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-80202651938417702052007-03-23T13:52:00.000-01:002007-03-23T13:53:32.955-01:00Tempoai estes ossos<br />que peço<br />desapareçam<br />sob algumas lufadas de carne<br /><br />entretanto<br /><br />não como<br />não bebo<br />não durmo<br />há horas sem fim<br />quando percebi<br />amar teu corpo<br />com um relâmpago<br />que me escapava<br /><br /><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Judite. Num cinema em Ponta Delgada.</span>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-56452756258181231852007-03-19T13:39:00.000-01:002007-03-21T18:03:53.986-01:00No início<span style="font-size:100%;">Decorria o inicio da criação.<br />Apaixonados, Céu e Terra queriam fundir-se num só.<br />Então o Céu pediu à Terra:<br /><br />- Estende-te e estender-me-ei depois sobre ti.<br /><br />Desde então, Terra e Céu estão unidos num só corpo suado ...<br /><br />... diz-se que entre os dois nasce permanentemente uma água cristalina que, cada vez mais, os envolve e os completa.<br /><br />Assim nasceu a vida, num eterno coito revolucionário.<br /><br /></span><span style="color: rgb(153, 153, 153);font-family:times new roman;font-size:100%;" ><span style="font-style: italic;">Mike Kawak. Fajã Grande, Flores 2005</span></span>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-76572850902417989802007-03-19T11:24:00.002-01:002007-03-21T18:04:18.748-01:00Mãe tenho ciúmes do pai ...<span style="font-size:100%;">se te imagino assim, a toda hora<br />brusquinha que aparece… é porque<br />me encanto de ti<br />assim… Nu…<br /><br />marítimo<br />Inesperado…<br /><br />assim … meu… querido narcótico Atlântico.<br /><br /></span><span style="color: rgb(153, 153, 153);font-family:times new roman;font-size:100%;" ><span style="font-style: italic;">Ariel (prometo não fumar mais ganzas)</span></span>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-27387121515167793812007-03-19T11:24:00.001-01:002007-03-21T18:04:54.275-01:00Onde o mar vomita<span style="font-size:100%;">Aí onde o mar vomita um silêncio longínquo<br />Que se infiltra em todos os meus poros<br />Todos os dias.<br /><br />Um silêncio de palavras cáusticas,<br />De gritos desesperados,<br />De uma alegria ansiada.<br /><br />Aí onde o céu, o mar, a terra e as gentes<br />Pintam uma orgia inevitável, que me seduz e inquieta.<br /><br />E onde me apercebo que toda vida que aí existe, existiu ou existirá<br />Tem um segredo ensurdecedor devorado por um mar sôfrego de palavras.<br /><br /></span><span style="color: rgb(102, 102, 102);font-size:100%;" ><span style="font-style: italic;font-family:times new roman;" >Catarina Fernandes, Barcelona 2007</span></span>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-10892514636620592252007-03-19T11:06:00.000-01:002007-03-21T18:05:15.459-01:00Voo do Cagarro.<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:100%;">Recostado na borda cortava isca com a faca que sempre trago comigo, afiada como nenhuma, cortar com ela é um dos poucos prazeres a bordo da lancha do meu pai. Gosto deste lugar a meia nau, aqui pouco incomodo o meu pai na popa e o joaquim na proa, ambos com o arame arreado tacteando o fundo com uma precisão de quem tem as mãos na ponta dos anzóis... esta posição custou-me alguns anos a precisá-la, com o pé direito na antepara e o esquerdo travado na caverna, conseguem aliviar o peso no meu cu assente na serreta de fundo; raramente me lembro do cheiro a podre deste sítio, antes pelo contrário, esta posição por vezes me excita, pois faz-me lembrar-te de pernas abertas, envergonhada olhando-me com os olhos brilhando ... nunca sei se o fazes para me agradar ou porque adoras que eu te passe com a ponta da lingua na barriga das pernas ... eu adoro chupar-te ... Mas tu nunca me disseste se gostas mesmo ou se não ... aliás nunca falamos destes poucos momentos.<br />Há dias que quase rebento de perguntas a fazer-te, mas nunca te perguntei nenhuma, nunca sei como fazê-lo e tu? Adorava falar contigo destas coisas, acho que se falarmos seria melhor ... ou não, se calhar estragava o mistério, mas duvido que assim fosse, pois eu só de escrever neste pequeno intervalo entre cherne e isca estou corando e sinto um estranho alívio só de escrever, se te falasse tudo o que sinto quando estou contigo de certeza que me conhecias melhor e eu a ti.<br />Minha querida sei que tens só 16 anos mas assim que fizeres 17, estou decidido em contar ao teu pai que estou apaixonado por ti, lembras-te daquela aula em que a professora Laura nos falou da importância de escolhermos em liberdade a nossa sexualidade? Não sei se percebi tudo quanto ela nos disse mas acho que agora sei ... sinto-me livre e só invejo os cagarros voando em círculos ... tenho a certeza que tu és a mulher que eu sonho que me dá gana de apertar sem fim, espero que entendas quando digo apertar, não é te magoar, mas abraçar-te forte no meu peito. Eu hoje sei porque que é que tu não queres ir mais à escola ... mas acho que não tens mais nada a provar à tua mãe, se o meu pai me perdoar vou voltar à escola e se a professora Laura ainda lá estiver direi que tem toda a razão e o quanto pensei no que me disse.<br />O meu pai já me chama à atenção por estar a escrever, “paneleirices” diz ele, eu acabo sempre por ter um pouco de pena dele ... acho que perdeu alguns anos da sua vida lutando contra a sensibilidade, a mesma que sinto pois somos muito parecidos, mas comigo será diferente, gostava de partilhar com a minha companheira o que sinto por dentro e te direi um dia o que agora me apetece mandar ao mar ...<br />A minha mãe está sempre doente e penso que parte da sua doença é da indiferença com que eles se tratam, penso muitas vezes porque é que só me tiveram a mim, terão feito amor assim tão poucas vezes. É incrível como é que nunca vi o meu pai dar um beijo a ninguém, mentira já vi dar beijos á minha cadela, tá bem que o cão é fixe mas porra!! Ele só deve fazer amor com os chernes quando tacteia o fundo e os engana.<br /><br />Tenho que cortar mais isca ...<br /><br />Já estou todo fodido ... os chernes não há meio de picar e estes caralhos não param de implicar com a minha escrita, “só foste para a escola para aprender fumar droga e escreveres paneleirices”, reafirma ele constantemente, já não o posso ouvir ...<br /><br />Bingo!... tudo muda na cabeça dos pescadores quando enganam o peixe, estamos a ir para terra e a pescaria rendeu 16 chernes e 4 gorazes, o dia está bem ganho, disse ao meu pai que escrevia a deus para nos ajudar, o artolas acreditou e disse-me que ia me oferecer um bloco novo em folha e uma caneta de doutor, só para evocar deus e os chernes ... Para um pescador tudo mas tudo mesmo é possível desde que faça pescar mais, nos próximos anos terá mais uma história para atarraçar a cabeça a outros tantos, e desta vez terá a reza do seu filho como assunto, dirá: ... era ele a rezar e eu a sacar ...<br />Coitado mal ele sabe do que escrevo, para mim fica hoje assente que se falar a verdade sobre o que penso tudo corre melhor, tudo faz mais sentido, é lógico que se pesque melhor.<br /><br /><br /> Hoje é tarde e não sei porquê, mas ainda tenho este estúpido papel comigo, pior ainda! fui amostrá-lo a um amigo meu que é louco por lanchas de pesca, ele é meio esquisito mas é bom homem e convenceu-me a mostrar este texto numa revista que diz que vai sair não sei quando, ele diz que o que escrevi é muito importante e bonito, e que pode ajudar as pessoas a se libertar. Não acredito nisso mas gostava que as minhas ideias saíssem em letras de máquina e em papel de jornal como ele me prometeu ... apaguei então o teu nome e o meu para que ninguém saiba quem fala ou para quem é. Só tu meu amor o saberás, pois quando sair eu já to disse ...<br /><br /></span><span style="font-size:100%;"><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 153, 153);font-family:times new roman;" >Anónimo, S. Miguel 2006</span></span></div>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-41089452940319109772007-03-19T11:04:00.000-01:002007-03-21T18:05:34.627-01:00S/titulo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_Yf4BhhrKcXc/Rf58kGQeR8I/AAAAAAAAABY/j71uIEfcQGc/s1600-h/1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://3.bp.blogspot.com/_Yf4BhhrKcXc/Rf58kGQeR8I/AAAAAAAAABY/j71uIEfcQGc/s320/1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5043605592298375106" border="0" /></a>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-65502927007601457772007-03-18T13:13:00.000-01:002007-03-21T18:06:11.597-01:00Bolina<p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;">quando<br />era menina<br />amava os marinheiros franceses<br />no cais<br />deitada<br />com imaginação de liberdade<br />nos braços</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;">quando<br />frescos semeavam<br />eu<br />ilha<br />petrificada na névoa<br />procurava<br />arrastando o corpo pela terra<br />luz que me atravessasse</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;">assim<br />quando<br />hoje<br />qual réptil<br />chego às pedras inclinadas<br />e lá enfio os dedos rasgados<br />pelo mar que me entope dentro<br />onde<br />entupida em sal<br />me conservo<br />branca<br />inconformada<br />perplexa<br />comigo mesma</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;">quando não rebento em rosas</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;">falta-me a expansão dos espaços sem rosto<br />falta-me esse segundo de silêncio<br />falta-me a cidade perpétua sem olhos<br />falta-me teus olhos de areia iluminados<br />falta-me o grito da minha vulva nos corpos dos anjos<br />falta-me... </span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"> ... essa harmonia</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-style: italic;font-size:100%;" ><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-style: italic;font-size:85%;" ><span style="font-size:100%;">Manuela Alves. Marina de Ponta Delgada,</span> 2006</span><br /></p>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-53095363713363238912007-03-18T13:04:00.000-01:002007-03-21T18:06:32.995-01:00Pássaros<p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;">Outros pássaros também aqui pousam. Outros pássaros também respiram o mesmo ar e sorvem tremulamente o líquido de semelhantes dilemas.<br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: center; font-style: italic;"><span style="font-size:100%;">At this place i feel at home for the first time in my life.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><br /></span> </p> <p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;">Quando o Otmar estava<br />ao sábado<br />eu bebia chá com a guerra<br />ao lado da chaminé.<br />Queimavamos os quadros<br />os berros<br />e os cornos<br />da família<br />enquanto falavamos<br />das crianças infelizes<br />que nos caíam nos braços.</span></p><span style="font-size:100%;"><br /></span><p style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-style: italic;">Judite Fernandes. Fonte Jordão, Natal de 2006</span></span><br /></p>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2294038384769176031.post-31563515233366522002007-03-18T12:54:00.000-01:002007-03-21T18:07:09.200-01:00Manifesto<p style="margin-bottom: 0cm; font-style: italic;"><span style="font-size:100%;">(Foi muito bom voltar a escrever. Obrigado.)</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"> Mora o silêncio nos túmulos que insistes em cavar na carne.... as línguas das mil cobras moram na tua cabeça ... na nossa cabeça.<br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"> Na nossa cabeça que dorme ao lado da língua já morta ... pela ascensão quieta da tua submissão aos outros que não moram em ti. Todos os dias bate revolta no teu coração. Todos os dias ardem os sinos. Todos os dias te penetra a bruma e corre a água pela plácida lua do teu nascimento. Queres foder e amar também como os peixes por onde circula a tua imaginação. No regaço dessa afronta excitas os corpos para depois os apagares ... nas luzes incertas das sombras que não existem... onde estacionas os corpos que passam.<br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"> A desonra da vida não está na noite, mas na habilidade que tens em insistir que te habite quando lambes e afloras o sangue humano que em todos bate. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"> </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"> Pum Pum...</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"> Pum Pum...</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"> </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"> Puxa a corda que te enforca e sorri placidamente aos segundos que evitas comer do magma inundado de azul. Derrama as vísceras e deixa-te ficar nesse sol que te bate nas pálpebras. Virá Verão sempre um dia mais cedo se souberes pousar a boca no coração e morder as línguas que moram na tua cabeça não são as línguas que choram, nem a tua cabeça, nem sequer o teu coração pendurado. É algo mais antigo que evitas quando dás com os pés no peito e te afundas nas línguas das cobras milenares... são as mil moradas da tua dor que não libertas nas lágrimas que te cegam. Empurra o mar e parte para a terra onde os teus pés repousam. Deixa que o pântano se evapore com o calor da tua pálida chama iluminada. Todo o amor estará em toda a parte à tua espera para que o libertes, finalmente a ilha parirá nas mulheres os poemas navegantes e deixá-las-á partir com o resto dos oprimidos. Talvez não reste ninguém, talvez a ilha se afunde na mágoa sem memória de todos os que aceitaram em silêncio não cultivar os sonhos enluarados...</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;">... talvez fiques sozinho.</span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-style: italic;"><br /></span></span></p><p style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;font-size:100%;" >Ádia Tuéseu. Vila do Porto, 2006</span><br /></span></p>Carnehttp://www.blogger.com/profile/18350878773976642436noreply@blogger.com0